Rondônia - 28 de Setembro de 2024

Polícia Civil dá detalhes da prisão de número 02 da LCP em Buritis

Rondônia VIP, 07/03/2016 00h28

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O delegado de Buritis, Lucas Torres, deu mais detalhes ao Rondôniavip sobre a prisão de Adaílson da Silva Paiva, de 29 anos, vulgo Nanico, que foi detido na sexta-feira (04), na zona rural da cidade. A captura foi realizada pela equipe da Força Tática do 7° BPM de Ariquemes, durante a Operação Mutatis Mutandis, realizada em conjunto com a Polícia Civil.

De acordo com o delegado, Nanico foi preso por ter um mandado de prisão em aberto, cuja investigação está em curso, mas ele é suspeito de participação em vários roubos à mão armada na cidade, sem contar que ele um dos principais líderes da Liga dos Camponeses Pobres (LCP). “O mandado de prisão expedido pela Comarca de Buritis não traz o motivo, mas ele já tem passagem por cinco anos e quatro meses de prisão por ter assaltado uma agência dos Correios em Cacaulândia. Ele também já foi pego próximo à gleba Rio Alto por ser suspeito de participar de invasões violentas na região. Nossas investigações apontam que ele é o número 02 da LCP”, afirmou Lucas Torres.

Para evitar novas ações criminosas do acusado, o delegado já pediu uma nova prisão preventiva de Nanico. “Como diversos indícios apontam que ele participou de diversos roubos na cidade, já fiz o pedido de prisão dele à Justiça. Mas, desta última vez, ele também foi pego com uma espingarda calibre 36. Ele só prestou depoimento sobre o porte ilegal de arma, onde ele alegou que era para se defender, já que ele cuidava de um bar”, disse ele.

Diante das suspeitas, Adaílson da Silva Paiva, mais conhecido como Nanico, já está no presídio de Buritis, pela prisão em flagrante por porte ilegal de arma e por cumprimento ao mandado de prisão. “Como ele está envolvido em diversos inquéritos, ainda faremos outros interrogatórios com ele. Logo em breve, mandarei um ofício ao diretor do presídio para que ele seja trazido até a delegacia para que possamos ouvir a versão dele sobre esses outros acontecimentos”, finalizou o delegado de Buritis.

Integração

Quem também falou ao Rondôniavip neste sábado (05), foi o diretor-geral da Polícia Civil, Elizeu Müller, que destacou o trabalho feito entre as Polícias Civil e Militar. “Há muito tempo não via um trabalho tão coeso. A Polícia Civil investiga e pede os mandados e a Polícia Militar executa. Estou trabalhando pessoalmente e diretamente na questão das investigações envolvendo os crimes no Vale do Jamari. Vamos continuar firmes nessa atuação para acabar com esses grupos armados e violentos que estão aterrorizando as populações das cidades dessa região”, falou ele.

Violência

Dois homens, Jean Pinheiro de Ramos, de 26 anos, e Sérgio Reis, de 30, foram presos no travessão 34 com 36, na fundiária da Fazenda Padre Cícero, próximo a Monte Negro, na semana passada, após a mobilização das Polícias Civil e Militar dentro da operação "Mutatis Mutandis". Eles estavam em atitudes suspeitas e não respeitaram a ordem de parada dos policiais, que realizavam uma varredura na região.

Na ação foram recuperados diversas motos e carros roubados ou furtados. Entre eles, estava um Fiat Uno, de placas NDY-6519, que foi levado da região da Fazenda Formosa, no travessão B-0, linha C-67, região da gleba Rio Alto, na divisa entre os municípios de Monte Negro, Buritis e Alto Paraíso.

Segundo informações repassadas a reportagem, os acusados, que ainda não foram identificados, teriam usado de grande violência para roubar o carro, que foi encontrado em um acampamento próximo a Fazenda Padre Cícero, que seria utilizado pelos invasores de terras para se abrigarem e organizarem novos ataques a outras fazendas da região, que há tempos vem sofrendo com a grande criminalidade e conflitos agrários.

A casa do sitiante que é dono do Fiat Uno foi invadida, onde os criminosos fizeram uma verdadeira “limpeza”, no pior sentido da palavra. Nem os pratos sujos pelas refeições feitas anteriormente foram poupados, tudo levado. A reportagem do Rondôniavip recebeu relatos de que vários pequenos produtores rurais antigos estão indo embora da área por conta da alta criminalidade causada pelas invasões na região, resultando em furtos, assaltos à mão armada e assassinatos.

Na região da Gleba Rio Alto, no Vale do Jamari, ainda há desmatamentos ilegais, abrigo de foragidos e a destruição da infraestrutura de propriedades. O reflexo da violência está chegando nas cidades onde bandidos roubam e/ou matam e fogem para as invasões. Um grupo de cangaceiros têm provocado terror, expulsando fazendeiros e trabalhadores das suas terras.

Mais informações

Apenas Jean Pinheiro de Ramos ficou preso por ser foragido da Justiça. Como era um mandado judicial, a Polícia Civil cumpriu a ordem e o encaminhou para o presídio. Já Sérgio Reis foi processado anteriormente por ser acusado de homicídio, mas com não há nenhuma pendência, foi liberado.

No caso onde os dois suspeitos foram presos, eles estavam em uma área invadida, onde confessaram em depoimento que pagaram para entrar na invasão da Fazenda Padre Cícero. Ambos disseram ser integrantes da Liga dos Camponeses Pobres (LCP).

Outro ponto que intriga quem acompanha os fatos na área, é que os dois acusados afirmaram que sabiam que o lugar onde estavam se trata de uma invasão ilegal e pagaram por lotes, onde o desmatamento ilegal é comum, resultando em graves crimes ambientais.

Conforme o registro policial, os detidos são das cidades de Jaru e Urupá. O fato é que com o descontrole da violência no Vale do Jamari está ocorrendo uma “migração” de criminosos para a região. Certamente estavam ali, “comprando” um lote para uma terceira pessoa a quem financia a criminalidade e vender depois.

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